Senhoras e Senhores, eis o ôme, Noriel Vilela.

2007-07-08

Noriel Vilela 1968

Antes de qualquer coisa: Vc tem conceitos pré-formados? Sobre umbanda? Sobre negros? Caso a resposta seja sim, sinto lhe dizer, esse blog não é pra vc, nem perca tempo assinando o feed, porque aqui traremos as mais variadas referencias do som afro-negro-black nacional, temos aqui (mesmo que seja no formato foto_em_um_album).Hoje, uma das maiores referencias do SAMBALANÇO Nacional, ele mesmo senhores, O ÔME, o Srº Noriel Vilela.

Sente este samba quente
Que é muito legal
É super pra frente
É bem genial

Ah o Samba! As vezes me pergunto: o que teriamos na MPB se não fossem os negros e o samba? A resposta mais encontrada por todos os fãs da cultura Racional-Nacional é: -Poderia ser a mesma coisa, mas provavelmente não seria tão divertido e diversificado!

Passado alegre presente triste
futuro incerto o que será
essa tristeza que da na gente
e não há meios dela passar
Tanta coisa que faz chorar
compreensão que é bom não há

Ah, os negros e nossas Raizes Bambattas, é numa hora como essa que todos os negros de pele, de alma, ou de coração, tipo eu (não sou tão negão assim, mas sou “preto até na alma”) se sentem homenageados e reconhecidos, quando um maluco não muito diferente de todos os que sofreram em quilombos até hoje, se apresenta e diz: Prazer, Meu nome é Noriel Vilela.

Com certeza uma das maiores referencias na vida de Jorge Ben e do nosso querido Tim Maia, Noriel traz uma luz negra e Lotada de girias dos terrreiros da época. Noriel trouxe para mim, no minimo, um brilho sobre a realidade nacional em 1968, pros fãs mais saudosiztas trouxe realmente um novo estilo cheio de novidades o SAMBALANÇO (acredite, em 2007 ainda é atual!).

Sei que vou sentir saudades
Da mulata laureana
Aquela cabrocha faceira
Filha da rosa baiana
Mas o samba aqui é bom
Vou sambar uma semana!

Ah mô fio do jeito que sucê tá, só o O ôme é que pode ajudar .Pra vc pescar um pouco da atmosfera do disco, que trata, como na maioria dos Sambas, sobre o racismo, e a realidade quilimbola vivida pelos manos negros desde quando Brasil é Brazil. Não adianta fazer feitiço, pq meu cabloco não deixa pegar, um dos tesouros nacionais (pode olhar no cofre da casa da moeda, tem um disco dele lacrado lá, certeza minha…). Noriel Vilela vale todos os cifrões que vc gastar nele, cada zilezimo de centavo!

Que saudade dos terreiros
Onde eu ia assistir pai timbó trabalhar
Trabalhar!
Era lindo ouvir negros cantando
Cantigas de umbanda e ver pai timbó, saravá!
Saravá!

Eu tenho aqui! Vc vai perder a Chance?


Cartola, 1974

2007-07-05

capa do álbum Cartola, 1974

Cartola não existiu, foi um sonho que a gente teve. frase dita por Nelson Sargento que eu endosso com prazer. Ao ouvir os sambas de seu primeiro disco, de 1974, a impressão que temos é de sonhar, com os maestrais arranjos de violão, solos de flauta marcantes e versos poeticamente riquíssimos.

Viveu a maior parte da vida no morro da Mangueira, fundou a escola de samba e deu suas cores verde e rosa. Nunca conseguiu entrar no mercado de trabalho e viveu de bicos, foi pintor de paredes, lavador de carros, vigia de prédios, pedreiro. Foi como pedreiro que ganhou seu apelido, pois usava um chapéu pra não sujar o cabelo durante o trabalho.

Ele retrata a felicidade da vida no morro com uma simplicidade genial, mostrando que é possível falar com o povo sem ser liricamente pobre, suas músicas, escritas desde os anos 20, são completamente compreensíveis até hoje.

É uma pena que minha geração tenha esquecido o gênio Cartola.